quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mais um passo.



"Os alunos dos 2ºAno do Curso de Teatro da Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo (ESMAE), nos diversos ramos artísticos propõem reunir numa só dramaturgia cinco peças, escolhidas e adaptadas pelos alunos, que se integram no Teatro Contemporâneo.

A cobiça d'As Criadas de J. Genet , a ilusão d'As Vedetas de L. Lambert, a contusão das Cicatrizes de A. Neilson, a ambiguidade de Abel Abel de Augusto Sobral e a musicalidade intimista da vida presente em História da Minha Vida de Brian Hill complementam o exercício final do 3º Semestre - Produção II - que parte da necessidade de um grupo de personagens distintas participar num concurso de teatro, com direcção de João Mota e assistência de Inês Leite.

A imprevisibilidade e a transfiguração do actor são alguns dos exercícios presentes, desenvolvidos durante o processo de trabalho."

[Depois da tempestade vem a bonança]

Roy, the Toxic Boy

To those who knew him -his friends- we called him Roy. To others he was known as that horrible Toxic Boy. He loved ammonia and asbestos, and lots of cigarette smoke. What he breathed in for air would make most evil choke! His very favorite toy was a can of aerosol spray; he'd sit quietly and shake it, and spray it all the day. He'd stand inside of the garage in the early-morning frost, waiting for the car to start and fill him with exhaust. The one and only time I ever saw Toxic Boy cry was when some sodium chloride got into his eye. One day for fresh air they put him in the garden. His face went deathly pale and his body began to harden. The final gasp of his short life was sickly with despair. Whoever thought that you could die from breathing outdoor air? As Roy's soul left his body we all said a silent prayer. It drifted up to heaven and left a hole in the ozone layer. Tim Burton

"Breve Sumário da História de Deus"

A 20 de Dezembro de 2009 estreia, no Teatro Nacional São João, o “Breve Sumário da História de Deus” de Gil Vicente com encenação de Nuno Carinhas. O recente director artístico da instituição demonstra a vontade que sempre teve em desenvolver uma “relação exploratória” com esta obra capaz de, economicamente, expor o verdadeiro enigma da condição humana. Como o próprio nome indica, trata-se de um “breve sumário” que reúne as passagens bíblicas fundamentais para que se compreenda e reviva a história de Deus – da “Criação” ao “Juízo Final” - descrevendo o Antigo e Novo Testamentos.
Em sete dias, Deus cria o Mundo e fecunda a semente humana que profetisa a vida eterna. Contudo, a força diabólica de Satanás estimula Adão e Eva a saborearem o fruto proibido aniquilando a imortalização do Homem. A queda e o pecado reflectem-se agora na Morte e no Inferno que assombram a Terra. Mas quando tudo parece perdido eis que se avizinha a Salvação através de Cristo – mensageiro de Deus – que, humildemente, a par da pregação dos seus discípulos, aceita o seu destino consumando a missão que lhe coube. Criação, Queda e Salvação são as máximas deste auto vicentino. A forma como o autor interpreta a origem e a acção desastrosa do Homem, a necessidade dos apóstolos difundirem as palavras de Cristo e o rompimento da glória sobre o limbo, testemunham o sentimento de esperança e crença na humanidade na qual se baseia. Libertando-se os cativos e iniciando a formação de uma nova geração o Homem revive.
Quem se debruça sobre o período de produção vicentina não poderá surpreender-se com o facto de boa parte do seu reportório incorporar elementos tipicamente medievais. Descendente de uma época onde a igreja se tornou omnipresente não se torna admirável que a arte teatral fosse maioritariamente religiosa e inicialmente confinada a igrejas e catedrais. A partir de “Mistérios” e “Moralidades” a igreja incute na população medieval a fé cristã adquirindo uma visão conservadora dos costumes. Humanista e autor de uma obra variada é o exemplo do literato que transita directamente de uma cultura medieval para uma renascentista.