segunda-feira, 13 de julho de 2009

Do ponto de vista de quem encena. ( Projecto Fictício II - Continuação)

A insatisfação pelo que se encontra corrompido, velho e degradado determina a necessidade e a tentativa de construção de algo novo e fantasioso de forma a colmatar a privação de liberdade e expelir a urgência em abandonar a sociedade destruída. Assim, avista-se uma nesga de esperança que envolve o Homem quando este decide afastar-se das suas origens e enveredar por um mundo desconhecido. Porém, trata-se apenas de um afastamento espacial, uma vez que, intrinsecamente, o ser humano dificilmente se distancia da sua proveniência. Consequentemente, apenas se pavoneia um ciclo vicioso onde o Homem ambiciona a supremacia absoluta volvendo-se vítima da sua própria cobiça, em que a desconstrução de ideais puros é a tentativa falhada da criação de uma sociedade franca.

ESMAE 2009 - Projecto Fictício II



Dois representantes do povo ateniense, Pistetero e Evélpides, descontentes com o comando de Atenas, decidem deslocar-se até ao mundo alado. Tendo como guias um gaio e uma gralha, alcançam o seu destino, e como se de uma epifania se tratasse surge um engenho capaz de colocar em marcha a estruturação e divulgação de uma nova sociedade utópica apartada de qualquer ambiente adulterado.

Contudo, poderá o Homem alterar o seu íntimo?


Cenografia por Diana Cunha
http://dianasentido.blogspot.com/